Luciano Borges dos Anjos

sexta-feira, 28 de maio de 2010

A Bahia não merece isso!

Greve de policiais civis continua pelo menos até a próxima terça-feira

Valmar Hupsel Filho A Tarde

Os policiais civis devem manter a greve que completa nove dias, nesta quinta-feira, 27, pelo menos até a próxima terça-feira, 1º de junho, data em que ficou agendada uma nova reunião entre deputados federais e representantes de associações de classe para definir se a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 449/09 seguirá para votação naquela data ou terá novo adiamento para a semana seguinte.
A única exceção feita à mobilização é para investigação da morte do delegado titular de Camaçari, Clayton Leão, assassinado nesta quarta, durante uma entrevista.
A aprovação da PEC que disciplina a criação de um piso salarial para os policiais civis e militares, além dos bombeiros, é a principal reivindicação do movimento nacional grevista. A expectativa era que a PEC fosse votada ontem mesmo, o que poria fim à greve nacional, mas o diamento foi decidido em acordo entre líderes de partidos e representantes da categoria.
Até terça, o líder do governo, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), levará o texto para a avaliação do Executivo. Feriado O prazo, no entanto, poderá ser estendido em função do feriado de Corpus Christi, na quinta-feira (3), caso não haja quórum para a votação de uma matéria constitucional.
“O posicionamento dos policiais baianos é pela manutenção da greve até que seja votada a PEC”, garantiu o presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Estado da Bahia (Sindipoc), Carlos Lima. Nos últimos dois dias, deputados federais intensificaram a discussão sobre a inconstitucionalidade da PEC 446.
As associações de policiais já concordaram em retirar do texto o piso salarial provisório de R$ 3,5 mil ou R$ 7 mil, que vigoraria até o estabelecimento de um piso definitivo por meio de lei federal. “Sabíamos que era inconstitucional, mas o que queremos é o estabelecimento de um piso nacional para a categoria”, disse Lima. A negociação contou com a presença do vice-presidente do Sindipoc, Marcos Maurício, que reclamou do suposto aproveitamento político dos deputados na negociação.