Luciano Borges dos Anjos

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Caso concluído.

Delegado foi vítima de ladrões de carro

Polícia baiana prendeu homens e concluiu investigação de crime em Camaçari

A polícia baiana deu como concluídas, na manhã de ontem, as investigações sobre o assassinato do delegado Clayton Leão, 35 anos, ocorrido anteontem, na Estrada Cascalheira, uma via alternativa que liga Salvador ao município de Camaçari, na Região Metropolitana. Segundo os policiais, Leão foi vítima de tentativa de assalto seguida de morte. O crime foi transmitido ao vivo por uma rádio que entrevistava o delegado naquele momento, por celular.Numa entrevista coletiva na sede da Secretaria de Segurança Pública, logo após o sepultamento de Leão, o secretário César Nunes e o delegado-chefe, Joselito Bispo, apresentaram os três acusados de envolvimento no caso e afirmaram estar convencidos de que a motivação do crime foi tentativa de assalto seguida de morte, descartando a hipótese de crime de mando.Dois dos acusados, Edson dos Santos e Reinaldo Valência, foram presos ainda na noite do crime, graças à colaboração de um motorista de táxi, que teria sido vítima dos criminosos momentos antes do assassinato.Os assassinos estavam no táxi tomado de assalto quando emboscaram o delegado. Eles foram localizados em bairros diferentes da cidade de Camaçari, onde o delegado trabalhava. Um terceiro envolvido, identificado como Magno de Menezes dos Santos, entregou-se e disse que sua participação no crime foi apenas a de motorista dos criminosos.Valência assumiu a autoria dos dois disparos. Contou que eles tentavam roubar mais um veículo e teriam encontrado as condições favoráveis, já que o delegado estava parado na estrada, falando ao telefone. No momento da abordagem, Clayton Leão dava uma entrevista ao vivo, pelo celular, a uma emissora de rádio de Camaçari, dizendo que a criminalidade estava em queda na cidade. O crime foi ouvido ao vivo pelos locutores e ouvintes da emissora.Reinado Valência afirmou ainda não saber que se tratava de um delegado, mas viu a arma entre as pernas da vítima, que teria feito menção de pegá-la no momento em que ele efetuou os disparos.A prisão rápida dos suspeitos – cerca de 12 horas após o crime – foi atribuída pelo secretário César Nunes ao “trabalho bem feito, correto, dentro da lei”, realizado pela polícia. Foi criada uma força-tarefa com a participação de 200 homens, entre agentes, escrivães e delegados para caçar os envolvidos. Os policiais civis que entraram ontem no nono dia de greve voltaram ao trabalho para participar das investigações.Clayton Leão foi sepultado no Cemitério do Campo Santo, sob forte comoção, entre aplausos e ao som de violinos.O delegado deixou mulher e dois filhos: um com cinco anos e outro ainda bebê.