A suposta operação que investigaria movimentações financeiras de 21 dos 63 deputados estaduais baianos, baseada nos dados do Conselho de Atividades Financeiras (Coaf), ainda é uma incógnita. Nos corredores da Assembleia Legislativa o clima é de tensão e muito burburinho devido à expectativa de quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico, em virtude de uma provável movimentação incompatível com os rendimentos dos representantes do povo. Os parlamentares insistem em dizer que souberam da possível investigação por meio da imprensa, embora nomes comecem a ser especulados. Na Polícia Federal da Bahia não há informações. O Ministério Público Federal do estado (MPF-BA), além de não se responsabilizar pela inquirição, nega que pudesse apurar o fato. “Nós não podemos, na base da primeira instância, investigar deputados, pois eles têm foro privilegiado. Se houver (operação), deve estar no âmbito do Superior Tribunal de Justiça (STJ) ou do Tribunal Regional Federal (TRF)”, declarou ao BN o procurador da República, Vladimir Aras. O processo correria sob segredo de Justiça em Brasília e, como sugerido pelo MPF, nossa reportagem tentou checar as informações com o TRF da 1ª Região (DF). O nome de cada um dos parlamentares foi lançado no sistema e apenas um caso levantou suspeita. Um processo recebido pelo órgão em 3 de março ainda requer classificação e distribuição a um desembargador, que teria que acompanhar o desenrolar dos autos. Conforme a assessoria de imprensa do Tribunal, há indícios de que este seja o tal objeto de angústia na AL-BA.
(Evilásio Júnior