Luciano Borges dos Anjos

terça-feira, 25 de maio de 2010




Muito forró, gente bonita e guerra de espadas esses elementos movimentam o comércio imobiliário em Cruz das Almas, enquanto uns fogem do fogo cruzado, outros chegam a pagar até cinco mil reais por seis dias de festa. A 30 dias da festa junina, hotéis e pousadas da cidade já estão lotados, e casas para aluguel temporário quase não existem mais. Assim como o Carnaval é para Salvador a maior festa popular, o São João é para o Nordeste o momento de maior expressão cultural. A cidade, que fica a apenas 142 quilômetros da capital baiana, recebe todos os anos cerca de 50 mil visitantes no período junino, época que representa o ponto alto do turismo.Para a maioria dos municípios do interior do Estado, esse é o período de maior crescimento econômico, principalmente na rede hoteleira, que registra um índice de ocupação de 100%. Nos hotéis e pousadas, as diárias dobram e triplicam de valor. O que antes custava R$200, no São João não vai sair por menos de R$ 400. “Este ano vai ser muito melhor por causa da Copa do Mundo, o movimento dobra em tempos de jogos. Esse é o período de faturamento para o ano todo, quando o fluxo aumenta. Além das espadas e do Arraiá, também tem o Forró do Bosque que atrai centenas de pessoas”, disse o gerente de um hotel de Cruz das Almas.Como o período é “quente” e há demanda, muitas famílias saem das suas casas para alugá-las. O valor depende da localização e da quantidade de pessoas – quem desejar curtir a festa na área nobre e a poucos metros do Arraiá – a brincadeira de cinco dias não sai por menos de R$ 5 mil. Já para quem preferir assistir à guerra de espadas, no dia 24, de camarote, na praça da guerra, terá que pagar pela casa R$ 2.500. O preço mínimo encontrado é de R$ 1 mil, em um local simples e mais afastado do centro.Para a funcionária pública, Helena Garcia, o tempo é de festa, mas também de ganhar uma renda extra. “É um dinheiro a mais no orçamento, alugo minha casa por R$ 1.700, em cinco dias ganho mais do que um mês trabalhando. É trabalhoso desarrumar os guarda-roupas e depois arrumar, mas compensa. Além de lucrar, aproveito e curto o São João na casa de parentes, aonde vou com os meus dois filhos”, disse a funcionária pública.


Fonte: Tribuna da Bahia