Disputa pelo Senado gera conflitos e divide PT e PV na Bahia
Evandro Matos
A indefinição sobre os candidatos ao Senado tem gerado desgastes sucessivos no PT e agora no PV baianos. No Partido dos Trabalhadores, dando sequência a uma série de reuniões que tem feito para escolher o nome que vai disputar a outra vaga ao Senado na chapa de reeleição do governador Jaques Wagner ao lado de Lídice da Mata, o partido faz mais uma tentativa para encerrar a polêmica. Hoje, as bancadas de deputados federais e estaduais se reúnem em Salvador para tentar encontrar um caminho que confirme o nome do deputado Walter Pinheiro para disputar e que não cause traumas ao ex-governador Waldir Pires.
Como já decidiu que não haverá prévias para saber qual dos dois nomes será escolhido, vários setores do PT seguem conversando para definir o nome de forma consensual. Na verdade, o nome de Pinheiro, preferido de Wagner, ainda não foi confirmado por razões que remetem a 2012, já que os simpatizantes do deputado federal Nelson Pelegrino têm receio de Pinheiro se fortalecer mais ainda, e, como 2008, ser uma pedra no caminho rumo ao Thomé de Souza.
VERDES – Nem mesmo o lançamento das candidaturas de Luiz Bassuma ao governo do estado e Edson Duarte ao Senado diminuiu o clima tenso no PV este fim de semana. O partido vive um conflito interno devido à disputa pelas vagas à senatória. Os verdes João Jorge, do Olodum, e Beth Wagner, ex-superintendente do Instituto de Meio Ambiente (IMA), não abrem mão de entrar na disputa. O problema é que a executiva nacional do partido determinou que irá lançar apenas uma candidatura. A pré-convenção, que contou com a presença da presidenciável Marina Silva (PV), serviu para que a legenda discutisse com as suas bases a estratégia a ser adotada.
Para o presidente estadual do PV, Ivanilson Gomes, tanto João Jorge como Beth Wagner “são nomes importantes e cada um tem a sua história”. De acordo com ele, a definição só sairá no dia 19 de junho, quando as bases vão decidir o que é melhor para o projeto do partido nesse novo cenário político nacional.
De acordo com Ivanilson, a convenção vai definir ainda os candidatos da chapa proporcional e os candidatos da chapa majoritária. De acordo com ele, nos próximos dias os integrantes do PV vão decidir também quem vai participar como vice-governador na chapa de Bassuma. O nome mais cotado até o momento é o da empresária de comunicação na região de Barreiras, Tysila Balbino, filha do ex-deputado Ney Ferreira e neta do ex-governador Antônio Balbino.
Outro assunto que tem ocupado as discussões dentro do PV são as alianças. Até agora, o partido ainda não fechou com nenhuma outra legenda, mas segue conversando com os nanicos PHS e o PSL, além continuar aguardando uma posição do PPS, que pode ser obrigado a recuar do apoio já declarado à candidatura de Geddel Vieira Lima (PMDB) ao governo do Estado, conforme vem admitindo a direção nacional da legenda pós-socialista.
DEM questiona violência no estado
“Na semana passada, o governador Jaques Wagner se autopromoveu divulgando, numa coluna da IstoÉ, números de uma pesquisa sem registro no TRE, que lhe davam a vitória no primeiro turno da eleição. Agora ele precisa ler a última edição da IstoÉ para acordar para o grave problema da segurança pública em nosso estado”, recomendou o líder da oposição na Assembleia, deputado Heraldo Rocha (DEM).
Segundo ele, na reportagem “Cidade Amedrontada”, publicada na edição desta semana da revista nacional, são denunciados os altos índices de violência de Salvador, que aterrorizam a população e afugentam os turistas. “É lastimável que a nossa capital, mundialmente conhecida pelo seu povo alegre e pacífico, esteja ganhando esta imagem deletéria de local violento por causa da gestão incompetente de um governador que só sabe mesmo é fazer propaganda”, afirma o deputado.
OBRAS - Enquanto acompanha as críticas do DEM a sua gestão, o governador Jaques Wagner (PT) aproveita para viajar para o interior do estado. Nesse fim de semana, ele assinou a ordem de serviço para ampliação de abastecimento de água do município de Eunápolis, como parte do Programa Água para Todos. Na obra, serão investidos R$ 13,4 milhões, beneficiando aproximadamente 100 mil pessoas.
Após visitar as obras dos três conjuntos habitacionais que estão em fase adiantada e vão resultar em 1,5 mil unidades, Wagner ressaltou a necessidade dos gestores públicos acompanharem as obras. “Gosto de ver como as obras públicas estão sendo executadas. A obra pública só é bem executada se tiver o acompanhamento da prefeitura, do Estado e do Governo Federal”, reforça.
O governador também assinou um convênio para a ampliação do Hospital Regional de Eunápolis. Obras em infraestrutura também serão executadas na cidade pelo Estado. Ao Departamento de Infraestrutura de Transportes da Bahia (Derba) caberá a pavimentação, assentamento de meio-fio e iluminação do acesso à obra do presídio, e aos bairros Alegria, Vila Oliveira, Rosa Neto, Arisvaldo, Bela Vista, Tiago, entre outros. As melhorias para o tráfego urbano estão orçadas em R$ 2 milhões.
FONTE: Jornal Tribuna da Bahia